quinta-feira, 21 de julho de 2011

Paris-Brest-Paris 2011

The Audax Club Parisien is pleased to invite you to the 17th PARIS-BREST-PARIS Randonneur, the most famous long-distance randonnée.

Under the auspices of the Fédération Française de Cyclotourisme (FFCT) and together with our partners, the Communauté d’Agglomération de Saint-Quentin-en-Yvelines and the Ville de Guyancourt, we look forward to welcoming you on August 20, 2011 and throughout the following days for one of the greatest experiences in your life as a cyclist.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Recarregando as baterias


Show vivido, fomos procurar um local para reabastecimento...

San Ignacio é uma cidadezinha pequena, sem muitas opções alimentares... A maior parte dos restaurantes/lancherias ou coisas do gênero aparentemente fica na rua de acesso às ruínas.

Demos uma caminhada pelas imediações, buscando algo que pudesse contemplar os conflitantes interesses do grupo: nada que nem de longe cheirasse a proteína animal, para mim, exatamente o oposto para os meninos.

Fomos e voltamos algumas vezes - já que havia energia de sobra... a gente havia andado pouco, durante o dia...rsrs... - até definir o lugar, um restaurantezinho em uma esquina, onde havia carnes, massas e - o que eu desejava ardentemente!! - saladas & empanadas!!

Pode ter sido resultado do dia de pedal, ou do fato de que nosso almoço foram algumas coisinhas no caminho, mas o jantar estava maravilhoso!!!

Tão bom que o Marcos acabou me convencendo a pedalar no dia seguinte, adotando uma estratégia de saídas de emergência! Ele seria o responsável por controlar o fluxo do trânsito, ficando atrás, e, com seu mega-super-apito, avisar (especialmente a mim) sobre a necessidade de saídas emergenciais para o acostamento inexistente... Ok, ok, bem alimentada e feliz com o show, acabei aderindo à ideia...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Roupas de ciclista...




Em San Ignacio, fomos direto para o Hotel San Ignacio, onde nos receberam muito bem, sem nenhuma restrição às bikes. Arranjaram inclusive uma sala perfeita para sua guarda!

Enquanto eu - que sou sempre a responsável pelas coisas objetivas e organização prática...rs - me encarregava de fazer os primeiros contatos para a hospedagem, os meninos me esperavam do lado de fora. Foi lá que encontraram um brasileiro que já estava na região há 4 anos, se não me engano, e que - adivinhem, adivinhem...rs - era ciclista. Contou que havia feito, também, uma viagem grande de bicicleta... e comentou que era muito bom poder falar português...

Como chegamos atrasados, não havia tempo para banho nem troca de roupa. Foi assim que, tendo deixado nossas mini-malas nos quartos, saímos rapidamente para tentar pegar o espetáculo de som e luz... de roupas de ciclismo!!! hahaha...

Os modelitos "fralda geriátrica", especialmente nos meninos, chamaram a atenção!! (hihihhihi).

Mesmo assim, acabamos não chegando a tempo para o início do show, nas ruínas... o atendente disse ao Alex que somente poderíamos entrar acaso houvesse um grupo de pelo menos 10 pessoas, para um próximo espetáculo... Ai fui eu conversar com o moço... e o convenci a nos deixar assistir ao espetáculo em andamento!! Melhor de tudo: ele acabou nem cobrando a entrada!! rsrsr... Nada como não ser pontual!! rsrsrs

O show é simplesmente maravilhoso! Diferente daquele das Ruínas de São Miguel, no Rio Grande do Sul. A história é contada em luz, som e imagens, que são projetadas quase como hologramas, em esguichos de água... Além disso, o ambiente da redução é bastante preservado, é como se estivéssemos no centro das missões, mesmo, vivendo tudo aquilo. Belíssimo e emocionante!! Há uma energia indescritível, no local...

A magia que nos envolveu acabou por me desligar daqueles momentos tensos que havíamos vivido há pouco...

Momentos de terror



Não que o dia perfeito tenha, de fato, terminado no empalme em Santa Ana, quando nos colocamos a caminho de San Ignácio, na Ruta 12... A noite, depois da chegada, foi ótima!

Mas o curto trecho, cerca de 15 km, que percorremos na tal autopista... produziu, ao menos em mim, momentos de verdadeiro terror!! Era sexta-feira à tardinha, um movimento infernal, especialmente de caminhões bitrem, uma estrada estreita, sem acostamento e com muitos trechos em obra... Para os lados, somente pedras e grama (quando havia). E nós seguindo muito lentamente, em função das dores no joelho do Christian. Combinação explosiva!!

Para mim, foram no mínimo dois episódios de perigo real, enfrentando caminhões grandes, que passavam tirando fininhos. Num determinado momento, eu estava embalada descida abaixo, não consegui tirar a bike da estrada... Noutro momento, simplesmente não vi, ouvi ou senti a aproximação... só quando o caminhão buzinou em cima, e praticamente sugou a bicicleta atrás dele...

Também foi assustador assistir às passagens dos caminhões pelos parceiros de pedal que seguiam à frente, especialmente o Christian (que aparentemente se recusava a descer da pista...rs). Lá pelas tantas, estávamos eu, Marcos e Alex para trás, e, quando se aproximou um caminhão, descemos para a grama... mas o Christian, mais adiante, não fez isso... e o motorista simplesmente espremeu ele: embora não viesse nenhum carro no sentido contrário, dirigiu o veículo para o lado do ciclista! Aterrador!

Tudo isso me fez chegar decidida a, no dia seguinte, conseguir um transporte para nos levar até Posadas...

Somente voltei a respirar quando, ao final de uma subida, avistamos, ao lado de um Posto Esso, a placa: "Bienvenidos a San Ignacio"!! A jornada, porém, não havia acabado: descobrimos que o hotel ficava na segunda entrada da cidade, então deveríamos pedalar mais 1,5 km na ruta 12... E, para finalizar o pedal com chave de ouro, a 200 metros do acesso, o Christian FUROU NOVAMENTE O PNEU!!! rsrs... Nem paramos para trocar: seguimos a pé até o Hotel San Ignacio, pois ainda queríamos pegar o espetáculo de luz e som que aconteceria, à noite, nas ruínas jesuíticas...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Un regalo: el día perfecto!






"Obrigado, violinos, por este dia
de quatro cordas.
é puro o som do céu,
a voz azul do ar." (Pablo Neruda)






















































O pedal começou com o início de um lindo dia de sol. Temperatura amena e uma suave brisa, um verdadeiro presente, considerando o frio que assolava a região até algumas poucas horas antes!

Passamos pelos arredores de San Javier, seguindo pela Ruta 2 por alguns quilômetros, até o empalme com a Ruta 4, na qual percorreríamos a distância mais expressiva. Até ela, o acostamento estava ruim e com bastante movimento, especialmente de ônibus. Na Rua 4, o movimento diminuiu, e surgiu um pequeno acostamento, cortado, a cada 20 metros, aproximadamente, por dois calombos transversais...

Descobrimos, no trajeto - pois eu não conseguira antes verificar a altimetria -, o que já era previsível, pois estávamos partindo das margens do Rio Uruguai para chegar às margens do Rio Paraná: há um divisor de águas, de modo que tanto na ida quanto na volta teríamos um longo trecho de subida, para depois descer... Geograficamente, ele fica quase que exatamente na cidade de Leandro N. Além.

Isso virou uma brincadeira: rumamos, ruta acima, para o Além!! rsrs...

Como saímos atrasados, o almoço foi no km 20... Naquele momento, nosso parceiro Markito começou a sentir falta de seu saudoso atum....rsrs... Tentou laranjas, mas não foi a mesma coisa. Teve de contentar-se com torradinhas, bolachas, azeitonas (sim, azeitonas!!!rs), alfajores, balas... Mesmo tendo abandonado o atum, seus alforges pareciam um minimarket!

Alimentados, seguimos subindo até o Além. Antes de chegarmos até ele, porém, inciou-se a saga pneumática do Christian... Foi o início de uma longa série de pneus furados... Sob uma parada de ônibus, foi feita a primeira troca... Enquanto isso - e com o Marcos já oferecendo balinhas e outros comestíveis...rs - duas pequenas crianças, um menino e uma menina, nos observavam atendamente, deitados sob um arbusto...

Acho encantadora, no cicloturismo, a facilidade como se estabelecem relações com as pessoas dos locais por onde se passa... Não resisti e fui até elas. Perguntei seus nomes e se poderia fazer uma foto delas com as bikes... Aceitaram na hora! Fiquei sabendo que su papa y su padriño trabalhavam em uma empresa rural que ficava na frente, e que o sonho do menino (que deveria bater na minha cintura) era, quando se tornar adulto, trabalhar lá também... A menina, então, comentou que nos vira comendo caramelos. Fui até nosso minimarket ambulante e consegui alguns caramelos para eles. Ficaram deslumbrados! Seu pai, que estava do outro lado da estrada, atravessou e acabei fazendo outra foto com todos. Então, seguiram a pé, com seus caramelos, para o interior do interior do Além... Apesar de não pretender igualar-me ao Markito, o episódio me fez decidir carregar sempre alguns caramelos, em nossos passeios ciclísticos: pequenos agrados aos que nos acolhem em nossos caminhos...

Pneu trocado, o Além finalmente foi alcançado! Depois dele, colinas com uma série de subidas e descidas, mas com predominância destas...

Ainda na Ruta 4, mais próximo a Bonplant, o joelho do Christian começou a dar sinal... Ele já estava lesionado no Audax UAF 200 km, duas semanas atrás, mas resolvera pedalar, ainda assim, já que o trajeto não seria tão longo, e o ritmo não tão intenso. Mas a dor surgiu, foi piorando a partir do empalme com a Ruta 103. Para ficar mais divertido (rs), logo depois que passamos pelo cruzamento, BINGO, novo pneu furado! Parada feita para troca e remédios no joelho, para o Christian, e para lanchinhos do Marcos. O entardecer estava belíssimo, mas os mosquitos começavam a pegar...rs...

A partir dali, o Christian passou a ter dores muito intensas no joelho, e tivemos de reduzir a velocidade... Seguimos tranquilamente até Santa Ana, apesar de o trânsito já estar mais pesado na Ruta 103, pois o acostamento estava bom.

Em Santa Ana, atingimos o empalme com a Ruta 12. Isso me preocupava um pouco, pois se trata de uma autopista e, segundo as reglas de circulación, bicicletas são proibidas!! Mas não tínhamos alternativa, já que não havia outra estrada para chegar a San Ignacio, nosso destino final no primeiro dia...

Nesse momento, ao menos para mim, terminó el día perfecto. O resto é outra história...


La salida





Pois então... Como havia começado a contar, naquela sonolenta noite de sábado, a partida de Santo Ângelo foi, como já se anunciava (considerando que o briefing no dia anterior havia se estendido um pouco além do previsto), atrasada.

Acordamos no horário previsto para a saída, lentamente tomamos café e arrumamos as bikes (no já relatado complexo processo combinando papelão, papel-bolha e extensores). Ficou uma coisa horrenda, mas estável e - o mais importante - sem risco de arranhar nossos meios de transporte!

Em Porto Xavier, deveríamos procurar um local para deixar o carro, comprar pesos argentinos, declarar à Receita Federal os bens que estavam saindo, passar pela Polícia Federal, comprar bilhetes para a balsa e chegar a ela, tudo até as 11h30! Considerando que chegamos na cidade as 11 horas, a travessia na última balsa foi um verdadeiro milagre!! rs... Se não tivéssemos conseguido, teríamos de aguardar até as 14 horas, para a próxima balsa, o que nos faria provavelmente chegar à noite...

Contamos, claro, com a boa vontade do pessoal da fronteira... O funcionário que vendeu as passagens para a balsa foi tão atencioso e preocupado que só faltou me pegar pela mão e descer até ela... Deu dicas sobre o trajeto, saiu do guichê e ia me dizendo: "agora passa ali naquela porta para mostrar a identidade... e desça rápido, vou pedir para eles esperarem...".

Como costumo dizer, tudo sempre dá certo! Embora as vezes não pareça ser assim, no fundo depois de algum tempo entendemos as mensagens...

Assim fizemos a travessia: no último momento, e justamente quando aquela névoa de frio foi-se abrindo e dando lugar a um sol maravilhoso!

Um pouco de poesia...


O mundo aberto pela frente,
o vento e o sol e o
movimento
...






Pura inspiração:

"moinho de versos
movido a vento..." (Paulo Leminski)

"Míralo todo bien;
eso que pasa
no volverá jamás
y es igual que si nunca hubiese sido

... efímera materia de tu vida." (Ángel González)